O desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), sediado em Brasília, suspendeu o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, previsto para amanhã (20), na ação penal sobre a Operação Zelotes. É a segunda vez que o interrogatório é desmarcado por determinação do magistrado.
A decisão foi motivada por um pedido feito pela defesa de Lula. Em fevereiro, Néviton Guedes suspendeu o depoimento também por entender que Lula só pode ser ouvido após a oitiva de testemunhas que foram arroladas pela defesa e estão morando fora do país.
Zelotes
O interrogatório deveria ocorrer na ação penal na qual o ex-presidente e seu filho são acusados dos crimes de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa, sob a acusação de integrarem um esquema que vendia a promessa de interferências no governo federal para beneficiar empresas.
De acordo com a denúncia, Lula, seu filho, e os consultores Mauro Marcondes e Cristina Mautoni participaram de negociações irregulares no contrato de compra dos caças suecos Gripen e na prorrogação de incentivos fiscais em uma medida provisória para montadoras de veículos. Segundo o MPF, Luís Cláudio recebeu R$ 2,5 milhões da empresa dos consultores.
A defesa do ex-presidente sustenta que Lula e seu filho não participaram ou tiveram conhecimento dos atos de compra dos caças suecos.