Empresários do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV) pediram ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que o governo se empenhe em aprovar medidas que reduzam a burocracia e melhorem a competitividade do país para destravar a economia. Entre as ações sugeridas estão a simplificação de tributos e a reforma trabalhista, que flexibilize os direitos dos empregados.
Segundo José Galló, um dos conselheiros do IDV e presidente executivo da cadeia de lojas Renner, a conclusão de reformas microeconômicas ajudará a melhorar o ambiente de negócios enquanto a economia não volta a crescer.
Ele defendeu a retomada de discussões interrompidas no fim do ano passado, entre elas a unificação das alíquotas interestaduais do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e a simplificação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
“Estamos numa situação em que temos de dar uma destravada na economia. Na esteira das medidas que levam mais tempo, têm certas coisas que podem ser adotadas mais rapidamente, como a simplificação do ICMS, do PIS/Cofins e uma certa simplificação na legislação trabalhista”, informou Galló ao sair de encontro de uma hora com Barbosa.
Em relação à reforma trabalhista, o conselheiro do IDV não detalhou as sugestões da entidade para a área. Disse apenas que pretende reduzir a burocracia na contratação de empregados. “De burocracia, nós estamos cheios. O negócio agora é agilidade, rapidez e simplificação.”
Sobre o pacote de R$ 83 bilhões de estímulo ao crédito anunciado semana passada pelo governo, Galló disse que qualquer medida que impulsione o crédito é boa para a economia e deve ajudar principalmente a indústria. Segundo ele, existem dúvidas se haverá demanda para contratação de tanto crédito num cenário de queda na renda e de juros altos.
“O crédito, talvez até de certa forma, vai beneficiar mais a indústria do que a gente. Colocou-se crédito à disposição. Agora, para que esse crédito seja tomado o mais importante é a [recuperação da] confiança. Hoje, o que segura a economia não é a falta de crédito, mas a falta de confiança do consumidor”, concluiu.