Cerca de quatro mil trabalhadores das empresas que prestam o serviço de transporte coletivo nos municípios da Grande Florianópolis tiveram os contratos de trabalho suspensos. A medida começou a valer em 18 de abril, quando acabaram as férias coletivas dos motoristas e cobradores, e tem validade por até 60 dias. Santa Catarina tem 1.063 casos de Covid-19, incluindo 35 mortes.
O transporte coletivo está suspenso pelo menos até 30 de abril. Os ônibus pararam de circular em 18 de março com o decreto de emergência do governo por causa da pandemia do novo coronavírus. Caso o transporte coletivo seja liberado antes, o término da suspensão é imediato. No estado, os transportes municipal, intermunicipal, interestadual e internacional estão suspensos. Alguns trabalhadores, como os que estão auxiliando no deslocamento dos trabalhadores da saúde, terão os contratos mantidos.
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O acordo feito entre o Sindicato das Empresas do Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis (Setuf) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano, Rodoviário, Turismo, Fretamento e Escolar de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb) prevê a garantia dos empregos e o pagamento do plano de saúde dos trabalhadores com os contratos suspensos, assim como vale-alimentação.
Nesse período, enquanto os ônibus não voltarem a circular em Santa Catarina, as empresas pagarão 30% do piso salarial dos funcionários que tiveram contratos suspensos, segundo o Sintraturb. Os 70% restantes serão pagos pelo Governo Federal, conforme medida provisória que permite a suspensão do contrato de trabalho entre empregador e empregado. Grandes empresas no estado também adotaram a medida.
Demissões
Em outras regiões catarinenses a suspensão do transporte coletivo também impactou na vida dos trabalhadores. Em Blumenau, no Vale do Itajaí, a Blumob, concessionária responsável pelo serviço na cidade, demitiu colaboradores.
De acordo com o Sindicato dos Empregados das Empresas Permissionárias do Transporte Coletivo Urbano de Blumenau (Sindetranscol), são 105 trabalhadores demitidos, sendo 31 que estavam em contrato de experiência e outros 74 que não tinham mais férias para antecipar. Oficialmente a empresa não confirma os números, mas admite os cortes.