Da Assessoria
Florianópolis deve desviar mil toneladas por mês de resíduos orgânicos do aterro sanitário com práticas descentralizadas de compostagem. Hoje, informou o engenheiro de materiais João Carlos de Godoy Moreira, o movimento Floripa Composta estima que mais de 800 toneladas já estejam sendo reaproveitadas por mês, na soma das iniciativas públicas, privadas e colaborativas.
“Essa meta confirmada e certificada permitirá dobrar o percentual de resíduos recuperados em Florianópolis. Não é pouca coisa”, avalia o presidente da Companhia Melhoramentos da Capital, Marius Bagnati, em referência às mil toneladas de recicláveis secos que já são recolhidas por mês pela coleta seletiva da Comcap e doadas para associações de triadores.
Os avanços foram discutidos durante o seminário “Transformando resíduos orgânicos em vida saudável”, promovido pelo Grupo Interinstitucional para a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Girs Floripa), na sede da CDL Florianópolis. O seminário, apontou o gestor de Negócios da CDL e coordenador do Girs, Hélio Leite, repassou as experiências da cidade que, se já é uma referência em gastronomia mundial pela Unesco, também quer se tornar exemplar na destinação correta de resíduos orgânicos.
Floripa Composta
Ao fechar a amostragem de todos os esforços que ocorrem em Florianópolis, a apresentação do Floripa Composta indicou que, nesse cenário de recuperação de 800 toneladas de resíduos orgânicos por mês, ainda um volume entre 350 e 400 toneladas por dia estão seguindo para aterro sanitário. A ideia, informou Godoy, é unir informações sobre todas as iniciativas já existentes e estimular novas para atingir a meta de mil toneladas recuperadas e certificadas.
“Cada tonelada que deixar de ir para o aterro tem o equivalente de uma tonelada em crédito de carbono no mercado voluntário”, apontou Godoy. Cada tonelada vale em torno de 35 euros nesse mercado de compensação ambiental.
Para usufruir desses créditos, naturalmente, a cidade terá de criar um mecanismo para comprovar e certificar a recuperação dos resíduos orgânicos. Nisso está empenhado o Floripa Composta, que movimenta organizações como Projeto Alecrim, Cepagro, Destino Certo, Econsciente, Ecobin, Brotei, Habitao, Procomposto, Rede Ecovida, Floram, Fatma, Mapa, TJSC, Comcap, além de empresas e restaurantes como o Mercado São Jorge.