O Hemosc está novamente pedindo aos catarinenses que doem sangue. Desta vez por causa do início das férias escolares e da temporada de verão, que provocam amento da demanda por sangue. “
Diminui a demanda das cirurgias eletivas, mas aumenta a procura por causa dos acidentes e da violência urbana”, declarou Roseli Sandrin, coordenadora do setor de captação de sangue do Hemosc.
Sandrin citou o caso do surfista Ricardo dos Santos, assassinado a tiros em janeiro deste ano. “Foram utilizadas mais de 200 bolsas de sangue”.
Para doar sangue é preciso ter entre 18 e 67 anos, pesar mais de 50 kg (52 kg com roupa), sentir-se bem, estar alimentado e apresentar documento com foto. Menores com 16 e 17 anos também podem doar, desde que acompanhados pelos pais.
Não pode doar sangue quem fez cirurgia recente, quem está em jejum prolongado ou tenha ingerido álcool nas últimas 12 horas, realizado endoscopia nos últimos seis meses, sexo com vários parceiros nos últimos 12 meses, contraído gripe ou febre nos últimos sete dias, piercing ou tatuagem nos últimos seis meses, quem teve hepatite viral depois dos 11 anos, grávidas ou amamentando, quem ingeriu medicamentos ou drogas, além daqueles que não dormiram pelo menos seis horas na noite anterior à doação.
Noyglon Goulart (34) é um doador habitual, já dou 16 vezes em nove anos. “Doo por solidariedade, a gente tem de pensar no outro, não apenas no próprio umbigo”, afirmou Goulart, reconhecendo em seguida que ele também pode precisar de sangue. “A vida dá voltas, pode acontecer com a gente, daí a boa ação volta”, filosofou Goulart. Murilo Vesling (37) já doou 50 vezes. Começou aos 21 e não parou mais. “Sempre saio com a sensação do dever cumprido e incentivo amigos a fazer o mesmo”, explicou o doador.
As doações em números
De janeiro a 26 de novembro de 2015 mais de 152 mil pessoas procuraram o Hemosc e suas unidades para doar sangue. Destes, 122.109 passaram pela pré-triagem e pela triagem clínica e efetivamente doaram sangue. Segundo dados do Hemosc, 1,92% desses doadores tem menos de 18 anos, 48% têm entre 18 e 29 , 24% entre 30 e 39, 15% entre 40 e 49, 8% entre 50 e 59 e 1,4% com mais de 60 anos.
Além disso, as mulheres responderam por 42% das doações em 2015. “Até os anos 1980 quase não havia mulheres doadoras, mas isso mudou”, avaliou Roseli Sandrin, acrescentando que naquela época quem doava sangue era principalmente militar, presidiário e profissional da saúde.
Além disso, nos anos 1970 e 1980 havia mais doador vinculado à necessidade de sangue de um parente, amigo ou conhecido, do que doadores espontâneos. “Hoje isso também mudou e 86% dos doações são espontâneas”, descreveu Sandrin.
Agência AL