A Justiça de Santa Catarina prorrogou, nesta sexta-feira (28), por mais cinco dias, a prisão temporária do vereador Manoel Airton Pereira, o “Bilico” (PP), que foi detido na segunda-feira (24), durante a “Operação Ressonância”, desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), nos municípios de Florianópolis, Palhoça, Biguaçu, São João Batista e Major Gercino.
Conforme o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), além de Bilico, também tiveram as prisões prorrogadas dois servidores públicos em Florianópolis, que atuavam para fraudar a fila de espera por exames de ressonância no Sistema Único de Saúde (SUS), no Hospital Governador Celso Ramos. Já os três vereadores de São João Batista e um servidor público daquele município foram soltos ontem (27).
“A prisão temporária tem por objetivo aprimorar pontos da investigação e consideramos que a parte do trabalho com estes quatro que foram soltos já está concluída. Agora, os outros três permanecem em prisão temporária enquanto damos continuidade à investigação”, informou o promotor Alexandre Graziottin, ao G1.
A acusação do MPSC
A ação do Gaeco ocorreu após investigação de um ano, por meio de seu núcleo regional Florianópolis, que visa apurar crimes contra cinco agentes públicos e terceiros, que estariam sistematicamente violando a fila de espera do SUS para realização de exames de ressonância e tomografia, por intermédio de procedimentos irregulares e cobrança de valores dos pacientes.
De acordo com o MPSC, a investigação apura sofisticado esquema paralelo para captar pacientes de diversos municípios, com necessidade de realização de consultas e exames no SUS, manipular o agendamento de consultas, exames e procedimentos médicos (cirurgias e principalmente exames de ressonância magnética), mediante o recebimento valores em dinheiro e/ou benefício material ou, ainda, obter vantagem política futura, pela fidelização de eleitores, por parte dos investigados.
O que diz a defesa de Bilico
O advogado Anderson Nazário, que está defendendo o vereador, afirma que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade no caso investigado pelo Gaeco. “Ele representava pessoas menos esclarecidas, que buscavam a ele pedindo socorro, e nunca recebeu ou fez qualquer pagamento para isso”, disse, ao Notícias do Dia.
“Eventualmente ele encaminhava pessoas para exames, levava os pacientes para fazer esses exames, mas nunca fez ou recebeu qualquer pagamento por encaminhar esses pacientes. Ele sempre pegou fila para ser atendido” argumentou o advogado, ao Hora de Santa Catarina.