Os municípios de Florianópolis, São José, Palhoça e Tijucas são alguns dos 57 de Santa Catarina, que Secretaria de Estado da Saúde (SES) considera em ‘situação de risco’ por causa da dengue. Biguaçu não consta da lista divulgada neste domingo à tarde. No entanto, devido a cidade estar conurbada com as outras infestadas pelo mosquito Aedes aegypti., o prefeito Ramon Wollinger (PSD) foi convidado a participar de um evento, nesta terça-feira (8), às 10h, no Golden Executive Hotel, em São José, para tratar do assunto.
Conforme a SES, o encontro reunirá os prefeitos, secretários de Saúde dos municípios catarinenses, gerentes regionais da Saúde, entre outras autoridades municipais, estaduais e federais, para debater ações visando combater a infestação. O objetivo é deflagrar uma “guerra” ao mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus – causador da microcefalia.
Na ocasião ,será anunciada uma série de medidas, bem como repassadas ações de controle vetoriais e informado o fluxo de atendimento para microcefalia que serão adotadas pelo governo em todo o Estado de Santa Catarina.
Todos os 295 prefeitos, especialmente das 57 cidades consideradas de maior risco para as doenças, foram chamados para o evento. Também foram convidados representantes dos ministérios Públicos estaduais e federais, entidades médicas e de enfermagem, polícias rodoviárias, secretários de Estado, diretores de hospitais que estarão ligados à rede de atendimento, além de todos os secretários regionais e gerentes regionais de Saúde.
“É preciso mobilizar o Estado e passar isso a toda a população para que possamos enfrentar com força o mosquito da dengue e do zika vírus”, destacou o secretário de Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing.
Zika virus:
De 20 de outubro (quando a vigilância sobre o zika foi implantada) até 1º de dezembro de 2015, foram notificados cinco casos suspeitos de febre do vírus em Santa Catarina, todos informados pelo município de Itajaí. Destes, três foram descartados pelo critério laboratorial, e dois aguardam resultado laboratorial. Não há, até o momento, caso autóctone confirmado de zika vírus no Estado.
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) também monitora casos suspeitos de zika vírus oriundo de outros estados (importados), com o objetivo de desencadear ações oportunas de controle vetorial. Por meio desta ação, até o momento, foram identificados 27 casos suspeitos importados de outros estados, dos quais 20 foram descartados por apresentarem resultado positivo para dengue ou outras doenças, ou por não se enquadrarem na definição de caso, e sete foram confirmados pelo critério clínico-epidemiológico (após diagnóstico diferencial negativo para dengue, sarampo, rubéola e parvovírus). Estes casos foram identificados em Laguna, Florianópolis, Bombinhas e Gaspar, e o provável local de infecção foram nos estados do Maranhão, Bahia, Pará e Paraíba.
Dengue:
No caso da dengue, de 1º de janeiro a 1º de dezembro de 2015 foram notificados 10.659 casos em Santa Catarina. Desses, 3.593 (34%) foram confirmados (2.358 por critério laboratorial e 1.235 por clínico-epidemiológico), 6.178 (58%) foram descartados e 888 (8%) casos suspeitos estão em investigação. Do total de casos confirmados, 3.274 (91%) são autóctones (transmissão dentro do Estado), 260 (7%) são importados (transmissão fora do Estado) e 59 (2%) estão em investigação para definição do local provável de transmissão.
Em relação ao boletim anterior (publicado no dia 11 de novembro), foram confirmados mais cinco casos de dengue, sendo um autóctone de um residente no município de Orleans, com local de infecção indeterminado, e quatro importados. Até 1º de dezembro, foram identificados 6.590 focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, em 112 municípios.
Chikungunya:
Já sobre a febre do chikungunya, a Dive informa que em 2014 foram notificados 18 casos, dos quais cinco confirmados, todos importados da Bahia, Colômbia e Porto Rico. Em 2015, até 1ºde dezembro, foram notificados 68 casos de febre do chikungunya, dos quais três foram confirmados. Desses, dois foram importados da Bahia e um caso foi autóctone do município de Itajaí. Em relação ao último boletim, divulgado em 11 de novembro, nenhum novo caso foi detectado.
Em 19 de agosto, já como parte do plano de contingência de combate ao mosquito da dengue e zika para o período 2015/2016, o Governo do Estado anunciou, no cinema do CIC, em Florianópolis, o repasse de R$ 1,7 milhão para 57 municípios em alerta. O repasse foi anunciado pelo secretário da Saúde João Paulo Kleinübing em evento com prefeitos e secretários da Saúde dos municípios contemplados. “Este novo evento vai reforçar ainda mais o combate ao mosquito Aedes e também servirá para mobilizar e sensibilizar toda a sociedade catarinense”, ressaltou.
Destinação da verba:
Para o repasse dos recursos, a Secretaria de Estado da Saúde definiu um termo de compromisso com os municípios, estabelecendo metas e indicadores a serem alcançados em cada cidade contemplada para minimizar a chance de uma epidemia no Estado. São metas como um número mínimo de agentes de acordo com a população de cada cidade, a quantidade de armadilhas a serem implantadas e a frequência das atividades de controle nas áreas de maior risco, como borracharias e ferros-velhos. Treze das 57 cidades ainda não aderiram ao pacto.
Os 57 municípios em alerta (infestados ou em situação de risco)*:
Balneário Camboriú, Itajaí, Chapecó, Itapema, Cordilheira Alta, Joinville, Guaraciaba, São Miguel do Oeste, Anchieta, Guarujá do Sul, Pinhalzinho, Serra Alta, Coronel Freitas, Nova Itaberaba, Planalto Alegre, União do Oeste, Coronel Martins, Novo Horizonte, Princesa, Xanxerê, Florianópolis, Palmitos, São Bernardino, Xaxim, Guatambu, Passo de Torres, São Lourenço do Oeste, Blumenau, Cunha Porã, Mondaí, Penha, Tijucas, Brusque, Dionísio Cerqueira, Navegantes, São Bento do Sul, Porto União, Caçador, Ipuaçu, Nova Erechim, São Domingos, Canoinhas, Jaraguá do Sul, Palhoça, São José, Concórdia, Maravilha, Palma Sola, Sombrio, Balneário Piçarras, Luís Alves, Bombinhas, Ilhota, Camboriú, Porto Belo, Criciúma e Tubarão.
* O valor a ser repassado para cada cidade é calculado de acordo com o número de habitantes, garantindo assim valores maiores para as cidades mais populosas. As informações são da SES.