Os petroleiros de Santa Catarina e do Paraná, ligados ao Sindipetro PR e SC, aderiram à greve nacional da categoria, deflagrada oficialmente a partir da zero hora desta segunda-feira (2) e que paralisa unidades da empresa em todo território nacional. Os trabalhadores da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, cortaram a rendição do turno e estão mobilizados no entorno da indústria. O mesmo acontece na Usina do Xisto, em São Mateus do Sul.
Conforme o sindicato, a paralisação nas atividades na Repar pode afetar o abastecimento nos estados da região Sul do país. Em Santa Catarina, por exemplo, aquela unidade de Araucária abastece, por meio do Oleoduto Paraná-Santa Catarina, o terminal terrestre de Biguaçu, que recebe e armazena produtos para abastecer a região metropolitana de Florianópolis. A Repar também é conectada com o terminal marítimo de São Francisco do Sul.
De acordo com o Sindipetro PR e SC, fora constatado que “trabalhadores estão sendo mantidos em cárcere privado para continuar as operações das unidades, apesar de um abaixo-assinado manifestar o interesse da maioria em participar da greve”.
Atesta o sindicato que a luta dos trabalhadores foi motivada pela revisão do Plano de Negócios e Gestão (PNG) 2015 – 2019, no qual estão previstos desinvestimentos e vendas de ativos da Petrobrás, que juntos somam aproximadamente US$ 140 bilhões. A categoria exige a manutenção da companhia como uma empresa integrada e indutora do desenvolvimento social e econômico do país.
As reivindicações dos petroleiros apontam para outros rumos daqueles traçados no PNG, tais como a suspensão da venda dos ativos e a conclusão das obras do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), da Refinaria Abreu e Lima (PE) e da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Mato Grosso do Sul (Fafen-MS).
“A preservação da política de conteúdo nacional, que fomenta a construção de navios e plataformas no Brasil, e a garantia de que as riquezas do pré-sal sejam exploradas pela Petrobrás evidenciam que a luta dos petroleiros transcende o caráter corporativo. A soberania nacional neste setor estratégico é o foco do movimento”, diz o sindicato, em nota.
Ainda na pauta de reivindicações apresentada à empresa, a categoria pleiteia a uma nova política de saúde e segurança que garanta o direito à vida e rompa com o atual modelo de gestão que já matou 19 trabalhadores apenas neste ano, bem como a recomposição dos efetivos e a preservação de todos os direitos conquistados pelos trabalhadores nos últimos anos.