Colombo de Souza / Notícias do Dia –
O delegado Polícia Civil de Biguaçu, Alan José de Amorim, indiciou em inquérito policial, por abuso de autoridade, disparo de arma de fogo e tortura, os agentes de polícia Fábio Carminatti da Silva e Isaias Oliveira da Silva, acusados de invadir uma casa em Biguaçu e torturar a família que mora e possui um guincho no local. As agressões ocorreram em 5 de novembro e a Justiça decretou a prisão preventiva deles onze dias depois.
Fabio, que tentou suicídio, continua internado no Instituto São José Centro de Psiquiatria e Dependência Química. Ele foi considerado incapaz de assinar o mandado de prisão. Isaias se apresentou na Divisão de Investigação Criminal de São José, no início da noite de 16 de novembro, para o delegado Manoel Galeno, e depois seguiu para o complexo penitenciário da Capital, onde continua preso.
O crime
De acordo com os depoimentos, os policiais estavam na casa de Fábio com um primo dele e resolveram levar Isaías para casa. Ao passar pelo guincho, Fábio resolveu urinar. “Estava urinando de frente para o carro, e não para a casa. Eles dispararam para nos amedrontar e pulamos o portão. Neste momento fiz disparos para o chão para que se entregassem, mas eles correram em direção da casa. No receio de uma injusta agressão, me senti na obrigação de desferir alguns tapas nas vítimas para me defender”, justificou Fábio, lotado na 1ª DP de São José.
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O primo de Fábio ficou dentro do veículo, um Renault Duster, durante quase toda a ação. “Em legítima defesa, empurrei e desferi alguns tapas, inclusive uma cotovelada em um senhor que segurava o meu braço. Quando um homem de compleição física gorda tentou me derrubar foi necessário efetuar um disparo no chão e, infelizmente, atingiu o pé dele”, disse Isaias, da DIC (Diretoria de Investigação Criminal) de São José.
Sindicâncias
Fabio Carminatti da Silva é policial civil desde 2010. Isaias ingressou na corporação em 2006 e é formado em Direito. Fabio já respondeu a uma sindicância por dano de uma viatura, mas fez o termo de ajustamento de conduta.
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Já Isaías, que é mestre em taekwondo, tem quatro sindicâncias em seu currículo funcional. Ele ainda é julgado pela falta de comprometimento profissional e por deixar de cumprir atribuição sobre o cargo. Isaías também retirou do ar a sua página da rede social, onde se identificava como “agente de controle de pragas da Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina”.