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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou, nesta segunda-feira à noite, que o movimento de greve dos caminhoneiros tem viés “indiscutivelmente político” e que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Ministério de Justiça “vão agir com rigor”. Os caminhões que estiverem parados nos acostamentos e em cima das rodovias serão multados em cerca de R$ 1.9 mil (a multa é prevista no Código Brasileiro de Trânsito). E caso o motorista não retire o veículo após aplicação da multa, a PRF está autorizada a efetuar o reboque.
“Não há uma pauta de reivindicações, nós não temos possibilidade de negociar em cima de questões que não são apresentadas. É uma pauta política que é alimentada por pessoas que querem fazer uma ação política, e nós lamentamos que seja assim”, afirmou. Cardozo ainda disse que
O ministro ainda afirmou que o movimento está ferindo o direito de ir e vir das pessoas, inclusive de outros caminhoneiros. Cardozo disse ainda que por ter esse apelo político o movimento não tem conseguido boa adesão, inclusive, porque não tem o apoio dos sindicatos e entidades que representam a categoria. “Nós não podemos admitir que um movimento político, sem nenhum viés corporativo para a categoria dos caminhoneiros, possa trazer prejuízo para a sociedade brasileira”.
De acordo com boletim divulgado pela PRF na tarde desta segunda-feira, seis pontos em rodovias que passam por Minas tiveram registro de interdição parcial. Os protestos foram convocados pelo Comando Nacional do Transporte, que se declara independente de sindicatos.
A greve foi convocada pelo Comando Nacional do Transporte – movimento liderado por um caminhoneiro de Mossoró (RN) -, que se declara independente de sindicatos. No comunicado distribuído no fim do mês passado, os trabalhadores informaram que a manifestação conta com o apoio de grupos que pedem a saída de Dilma da Presidência, como o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua, o Revoltados OnLine e o Movimento Brasil Livre (MBL).
Entidades contra
Várias entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o momento de dificuldade que o País passa”.
Já a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens) diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que, para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”.
Entidades de Goiás e Tocantins também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.