Um dos três exemplares remanescentes no mundo – os outros estão no Rio de Janeiro e em Buenos Aires – , a peça histórica é uma relíquia trazida para a cidade em 1911, quando a empresa inglesa de comunicação Western Telegraph Company Limited – chamada por todos simplesmente de “cabo submarino” – instalou-se na cidade. Ele foi doado para o município quando a companhia fechou as portas, em 1975.
“Foi um relógio importante para a cidade. Era o único acertado pelo Meridiano de Greenwich, e a população baseava-se em seu horário justamente pela pontualidade”, disse Sandro Antônio Carlotto, o relojoeiro que está cuidando da restauração e da manutenção do relógio.
“O Mercado Público de Florianópolis é um patrimônio histórico, com importância inestimável para a cidade. É o ponto de encontro mais tradicional dos moradores, e ter o relógio novamente funcionando neste ambiente será uma grande conquista para a cidade”, lembrou o secretário de Administração, Gustavo Miroski.
A história do relógio
O relógio pertencia à companhia Western Telegraph Company Limited, situada antigamente na Rua João Pinto, no centro da cidade. A empresa era mais conhecida como Cabo Submarino, por ser responsável pela interceptação e envio de informações do Brasil para o mundo, através de cabos de comunicação que corriam as profundezas do mar.
A peça foi fabricada na cidade de Croydon, na Inglaterra, e sua qualidade de fabricação pode ser comparada à do Big Ben, o famoso relógio britânico instalado em Londres. “Existem apenas três relógios desse modelo no mundo: dois foram enviados ao Brasil, para as cidades do Rio de janeiro e Florianópolis, e o terceiro está em Buenos Aires, na Argentina”, informou Carlotto.
A manutenção da peça já começou. Os ponteiros já foram retirados e a limpeza da parte externa do mecanismo deverá acontecer até o fim da próxima semana, quando o antigo relógio do Mercado Público voltará a servir de referência à pontualidade dos cidadãos de Florianópolis.
*Com Assessoria