Avançam as negociações para criação do Núcleo de Inovação Tecnológica para Agricultura Familiar em Santa Catarina. A intenção é levar tecnologia de ponta para os agricultores do Estado, como forma de aumentar a competitividade no meio rural. O Programa SC Rural está à frente desse projeto e terá o Banco Mundial como parceiro.
O Núcleo de Inovação Tecnológica terá o desafio de aproximar os inventores e as pequenas e médias empresas, que desenvolvem as tecnologias, dos agricultores, e mais do que isso, pretende que estas tecnologias possam ser oferecidas a baixo custo.
“Queremos fazer com que os empreendedores, pequenos e médios empresários, que atuam na área de desenvolvimento de tecnologia e inovação, coloquem o agricultor no seu radar de negócios. Devemos começar a pensar e produzir tecnologias de baixo custo que sejam viáveis para que a agricultura de Santa Catarina seja competitiva e mantenha seu papel de destaque no cenário nacional”, afirma o diretor de Projetos Especiais do Programa SC Rural, Ditmar Alfonso Zimath.
Esta será uma das oito iniciativas mundiais apoiadas pelo Banco e a única com foco em tecnologias voltadas para agricultura familiar. A equipe do SC Rural já realiza reuniões com instituições públicas e privadas que podem contribuir para implantação do Núcleo no Estado.
Ditmar Zimath explica que o projeto já está sendo desenhado há um ano e busca criar um arranjo institucional para melhorar o ambiente de desenvolvimento e a oferta de tecnologias de baixo custo. A equipe já pensa também nas estratégias para que essas tecnologias possam ser incorporadas pelos agricultores nos seus processos de produção.
Num primeiro momento se buscará conhecer as startups e pequenas e médias empresas que produzem ou que pretendem produzir tecnologias voltadas para agricultura familiar. Após esse levantamento será estabelecido um plano de ação mais consistente, já que será possível conhecer com maior detalhamento os desafios do setor.
“Vamos criar mecanismos de conectar as empresas que têm conhecimento em tecnologia com as cadeias produtivas organizadas dos agricultores, tentando identificar quais são as demandas, onde estão os gargalos tecnológicos e se já existe uma tecnologia para atender e resolver esse aspecto. Ou se existe a necessidade de investimentos para desenvolver tecnologias novas que atendam essas demandas”.
Na última semana, membros da Secretaria Executiva do SC Rural se reuniram com representantes da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina (Fapesc), da Universidade Católica de Santa Catarina, da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), da Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate), da Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (Certi) e da Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) para discutir a visão e os objetivos do Núcleo de Inovação Tecnológica e qual o papel de cada instituição nas atividades.
“Este é um terreno que não se tem muitas experiências no mundo, nem na equipe do Banco Mundial, que tem nos assessorado, e nem mesmo em Santa Catarina. Talvez a escolha por Santa Catarina para implantação do Núcleo seja justamente resultante do esforço que já vem acontecendo dentro âmbito do programa do SC Rural, que já trabalha um arranjo interinstitucional em cima de um programa com objetivos comuns”, ressalta Ditmar Zimath.
Programa SC Rural
O SC Rural conta com investimentos do Governo do Estado e do Banco Mundial (Bird) para aumentar a competitividade da agricultura familiar catarinense. Sob a coordenação da Secretaria da Agricultura e da Pesca, o Programa abrange atividades em áreas como crédito, logística, transporte, comunicação, capacitação tecnológica e gerencial, gestão ambiental, gestão de qualidade, defesa sanitária, que induzem a criatividade e a inovação para empreendimentos familiares agrícolas, não agrícolas, agroindustriais ou de serviços.