O secretário de Estado de Fazenda, Antonio Gavazzoni, recebeu, nesta quinta-feira (11), o secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, Jaime Mariz, para uma reunião do grupo formado para estudar os caminhos da previdência de Santa Catarina. O grupo é composto por servidores efetivos do Poder Executivo, Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, Assembleia Legislativa, Iprev e Ministério Público, e vem se reunindo semanalmente desde 18 de maio para estudar alternativas ao atual regime geral de previdência do Estado, que acumula déficit anual de R$ 2,6 bilhões.
Em sua palestra, Jaime Mariz abriu números do país e mostrou que, hoje, a União gasta com previdência cinco vezes mais que com educação e saúde. “Esse debate é imprescindível, pois existe uma grande desproporção e toda pauta no Congresso Nacional tende a agravar a situação”, disse. Mariz lembrou ainda que a crise de 2008 na Europa teve origem na previdência grega, que na época tinha números melhores do que os que temos hoje no Brasil.
O representante do Ministério trouxe informações sobre o Funpresp, um dos regimes que integram o Sistema Brasileiro de Previdência, de caráter facultativo, cujo objetivo é proporcionar um benefício adicional ao participante após a aposentadoria. Mariz falou ainda sobre o futuro Prev Federação, modelo ainda em construção que poderá gerenciar também fundos estaduais por adesão voluntária.
De acordo com Gavazzoni, um dos idealizadores do Iprev, vigente desde 2008 no Estado, a vinda do secretário Nacional de Previdência Complementar serviu para municiar o grupo de estudos com informações em âmbito federal e também de outros Estados.
“Não temos uma receita pronta em Santa Catarina. Mas assim como a União, vamos chegar ao ponto em que se gasta mais com aposentadorias do que com educação e saúde. Estamos esgotando as informações ao limite para então, em conjunto, buscar alternativas para o futuro dos novos servidores públicos. O passo seguinte será trazer a sociedade para ampliar o debate”, disse.
De acordo com o secretário da Fazenda, em 2014, o gasto com a insuficiência financeira da previdência de 50 mil servidores e 10 mil pensionistas (entre todos os poderes) já equivaleu, na ponta do lápis, a tudo o que foi gasto com saúde para os mais de seis milhões de catarinenses.