Aquele antigo ditado de que só sabemos o verdadeiro valor de um pai, quando nos tornamos um, realmente retrata a pura verdade.
Na infância, os filhos não entendem muitas atitudes dos pais, não entendem os inúmeros nãos recebidos, não entendem a importância de muitos conselhos, sendo as colocações dos pais, consideradas aparentemente erradas e desnecessárias.
Os pais de verdade são aqueles que além de ter colocado um filho no mundo, educam e criam dentro de preceitos morais e éticos.
Os pais precisam repreender algumas atitudes do filho, por ser necessário para a sua boa formação. Agindo de forma mais enérgica com o filho, alguns pais poderão até sofrer, no silêncio do lar, apenas por ter divergido da vontade do filho, ocorre que tal situação é necessária para o seu próprio bem.
Muitos são apenas genitores, pois contribuíram para o nascimento de um novo ser, não se importando com as suas condições de desenvolvimento, não se preocupando onde os filhos irão estudar, qual religião irão seguir ou se irão ter alguma, onde irão morar, o que irão comer, dentre tantas funções e preocupações que recaem em um verdadeiro pai.
A presença ativa de ambos os genitores, na vida de um filho, se torna de suma importância para sua integral formação, pois alicerçada nos valores morais, educação, formação familiar, a criança se tornará um cidadão feliz, com conduta ilibada e com uma vida digna e honesta.
Uma criança precisa de um pai e não apenas de um genitor, pois durante a vida escolar, por diversos momentos, carecerá da sua presença, para participar de gincanas, festas de fim de ano, festas juninas, dia dos pais e das mães, participar de reuniões com os professores, dentre outras importantes datas do calendário escolar. Para uma criança, se torna muito difícil explicar para o coleguinha de sala, porque o seu pai ou a sua mãe não estão presentes nas referidas datas. As frequentes ausências acarretam timidez, abalos emocionais e psíquicos, que se refletirão na vida adulta.
Ser pai é não se limitar a arcar com as despesas financeiras do filho, e sim, participar de sua vida integralmente, levando e pegando na escola, sendo exemplo através das próprias atitudes, mostrado o que é certo e o que é errado, repreendendo quando necessário, mostrando a importância do respeito e admiração pelos professores e idosos, mostrar o valor das coisas, para que a criança saiba que nada “cai do céu”, sendo as conquistas materiais sempre fruto do trabalho e do estudo.
Ser pai e não apenas genitor, muitas vezes se torna antipático na visão do filho, pois é não concordar com algumas das suas atitudes, bem como não contribuir para que as mesmas se repitam ou sejam consideradas aceitáveis. O certo e o errado sempre deve ficar claro para uma criança, e isso apenas um verdadeiro pai pode fazer.
Ser um verdadeiro pai é dar a vida por um filho, estar junto nos melhores e piores momentos, seja no seu casamento ou no seu divórcio, na aprovação ou reprovação no vestibular, no primeiro beijo e na primeira desilusão amorosa, na ora do gol e na ora da perda acompanhando uma final de futebol na escola, ou seja, viver plenamente ao lado do filho.
Não seja apenas um genitor, pois os anos passarão e no futuro perceberá que o tempo não volta atrás, que os momentos de ausência, não poderão ser mais vividos, que o sucesso profissional e acadêmico, não superam o amor e o sorriso de um filho, por isso, saiba dosar o tempo para cada situação, procurando no seu íntimo, o que para você é mais importante.
Em caso de separação do outro genitor, nunca se utilize do filho para buscar atingir o outro, pois o maior prejudicado será sempre o filho, que apesar da pouca idade, sabe muito bem sentir cada atitude dos pais, o que refletirá nas suas emoções quando adulto. Alienação parental é muito grave, então, leia bem que tipos de atitudes você comete e veja se não se enquadram em tão grave situação em relação ao filho, assim poderá refletir, deixando de agir em detrimento da estabilidade emocional e psíquica do menor. Não seja você o agressor de seu filho, pois ele é o que você tem de mais importante.
Na vida pública e privada, seja um exemplo para o filho, sendo um brilhante vizinho, profissional, familiar, amigo, pai, filho, pois assim você estará dando ao seu filho o que há de melhor, ou seja, o exemplo.
Não seja só um genitor, seja mais, seja um pai.
*Advogado / Funcionário Público Estadual / Doutor em Ciências Jurídicas e Sociais / Professor / Membro da Academia de Letras de Biguaçu / Conselheiro da OAB – Biguaçu