Os negócios feitos por meio de consórcios envolvendo aquisições de bens (imóveis e veículos) e de serviços aumentaram 13,9% no período de janeiro a dezembro do ano passado, com o fechamento de contratos no valor total de R$ 89,61 bilhões, superando o montante registrado em 2014 (R$ 78,68 bilhões). Os dados são da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac).
Os consórcios em geral fecharam 2015 com 7,17 milhões de participantes ativos, 1,4% superior a 2014. O número de contemplados cresceu 3,7%, com 1,41 milhão, e o volume de créditos teve alta de 8,3%, somando R$ 40,94 bilhões.
Só as vendas de novas cotas no setor de imóveis cresceram 41,7%, com 251,2 mil adesões e contratos no valor de R$ 28,9 bilhões, 43,4% maior do que no ano anterior. Ao longo de 2015, 71 mil consorciados tiveram acesso aos imóveis, 2,9% mais do que em 2014. A quantia de crédito disponibilizado cresceu 7,6%, atingindo R$ 7,05 bilhões.
Para o presidente da Abac, Paulo Roberto Rossi, ao optar pelos consórcios, os clientes mostraram ser esta uma estratégia contra os efeitos da inflação, dos juros altos, do desemprego e da crise de confiança na política econômica.
“Parcela significativa dos consumidores, depois de rever e ajustar seus orçamentos mensais, continuou assumindo compromissos financeiros mais coerentes com o momento, sempre levando em conta disponibilidade e responsabilidade de consumo”, afirmou o executivo, por meio de nota.
Em todos os segmentos comercializados, as novas adesões subiram 2,1%, passando de 2,35 milhões de clientes, em 2014, para 2,40 milhões, no ano passado. Em relação aos veículos leves (automóveis, utilitários e camionetes ), as vendas tiveram alta de 11,1% .
Segundo a Abac, a participação no mercado interno atingiu 25,3%, o que significa que a cada quatro veículos vendidos, um foi por meio de consórcio. Apesar desse avanço, o valor médio dos negócios neste segmento caiu em 1%, passando de R$ 41,9 mil para R$ 41,5 mil. As contemplações foram 11,6% maiores do que em 2014.
No caso dos veículos pesados (caminhões, tratores e implementos), foi verificado um crescimento de 11,2%. Os contratos somaram R$ 8,64 bilhões, 1,3% acima do ano anterior. As contemplações, no entanto, caíram 7,5% e o total de crédito disponibilizado permaneceu estável em R$ 4,69 bilhões.
O pior desempenho na área automotiva foi registrado no setor de motocicleta se motonetas. As vendas de novas cotas diminuíram em 10,8%; o volume de crédito comercializado caiu em 19,5% e as contemplações ficaram 1,5% abaixo de 2014. Já na área de serviços, houve elevação de 13,9%.