Folha
A oposição decidiu não referendar de pronto o pedido de prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva feito pelo Ministério Público de São Paulo. Para o vice-presidente nacional do PSDB e coordenador jurídico da legenda, o deputado Carlos Sampaio (SP) a medida “é inusual” e não tem embasamento jurídico sólido.
“Não é uma conduta usual fazer a denúncia e pedir a prisão do investigado”, afirmou. “Isso foge à normalidade. [Lula] ser processado é correto. Aguardar o julgamento, é correto, mas não é porque temos divergências políticas que vou querer para ele algo diferente do que quero para qualquer cidadão”, concluiu o deputado, que é promotor público de carreira.
Em nota, o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), também condenou a ação. “Não estão presentes os fundamentos que autorizam o pedido de prisão preventiva, até porque o Ministério Público Federal e a Polícia Federal fizeram buscas e apreensões muito recentemente buscando provas”, disse o senador.
O pedido foi distribuído para a juíza Maria Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª Criminal da Justiça de São Paulo. O processo é bastante volumoso e a decisão da magistrada deve demorar alguns dias para proferir a decisão.
O pedido consta da denúncia contra o ex-presidente Lula, sua mulher e seu filho Fábio Luiz Lula da Silva protocolada nesta quarta-feira (9). Além de prisão do ex-presidente, também foi pedida a prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e de outros dois investigados do caso Bancoop.