Segundo os empreendedores, não há uma razão específica para a SC-401 ter virado um polo de tecnologia. A maioria deles aponta a falta de espaço na região central de Florianópolis para a necessidade de expansão.
A via foi inaugurada em 1972, mas só começou a ser ocupada pelas empresas do setor de tecnologia no início da década de 1990, graças a parcerias entre o Estado e a iniciativa privada.
Por ser uma via que leva, principalmente no verão, muita gente para o norte de Floripa, vem se tornando uma estrada com grande dificuldade de mobilidade. Diante disso municípios como Palhoça, São José e Biguaçu tendem a ter grande visibilidade pelos investidores do ramo tecnológico no tocante a instalarem suas empresas nestes municípios.
Biguaçu precisa estar atento para isso. É preciso criar leis de incentivos, espaços físicos adequados (coworking por exemplo), loteamentos públicos voltados a empresas de tecnologia onde os lotes poderiam ser leiloados, internet de qualidade, incubadoras tecnológicas, etc..
Hoje, o setor de tecnologia lidera a arrecadação de impostos em Floripa. No começo do século 21, não estava nem entre os cinco primeiros colocados, hoje as empresas de tecnologia instaladas em Florianópolis faturam mais de R$ 6 bilhões de reais por ano.
Com prédios coloridos e vidros espelhados, as startups e empresas de TI além de contribuírem para o visual da cidade, aumentam significativamente a arrecadação, como também mudam o movimento da cidade. Eventos na área reúnem milhares de pessoas, contribuindo para que investidores no ramo de hotéis com centro de convenções, por exemplo, se sintam atraídos em investir nas cidades onde estas empresas estejam instaladas, sem falar no turismo, movimentação no comércio, etc.. fazendo com que haja geração de emprego e renda, consequentemente uma melhor qualidade de vida.
*John Kennedy Lara da Costa é contador e empresário em Biguaçu