O preço passado pelo Corinthians para vender Cássio era R$ 15 milhões. Mas, em meio a tantas baixas, a reflexão é de que perder o goleiro para o Besiktas-TUR traria prejuízo maior à equipe do que benefício aos cofres, que seriam abastecidos por cerca de 60% do valor. Foi aí que o próprio jogador fez a diferença para a transferência ser desfeita.
Em conversa com a direção do Corinthians na última quarta, Cássio ouviu o pedido para que entendesse que o negócio não seria interessante para o clube. Na avaliação dos dirigentes, a escolha estava 100% nas mãos do goleiro: se ele pedisse para sair, o presidente Roberto de Andrade compreenderia. Mas não foi o que houve, e o jogador concordou em ficar.
Nos dias anteriores, Cássio chegou a declarar a pessoas próximas que o salário a receber na Turquia era o que se considera irrecusável. Comunicou para a comissão técnica que não iria permanecer e, nos primeiros dias de trabalhos, atuou separadamente. Na avaliação do preparador físico Fábio Mahseredjian, ele precisa perder peso. Segundo Tite, não jogará no domingo diante do Atlético-MG, em Boca Raton, pela Flórida Cup.
A permanência de Cássio ainda impacta na situação do goleiro Douglas, contratado do Bragantino. Depois de ser apresentado na última sexta e dizer do sonho de fazer história no Corinthians, ele deve ser emprestado. O destino provável é a Chapecoense. Nos Estados Unidos, o preparador Mauri Lima trabalha com cinco jogadores da posição: além dos dois, há Matheus Caldeira, Walter e Caíque França. O número é considerado excessivo.
Agora, Tite tenta transformar a situação inesperada em estímulo. O treinador teve longa conversa com Cássio na quinta-feira e brilhou os olhos quando ouviu o pupilo dizer: “estou feliz por ter ficado”. Normalmente alheio às negociações, ele estreitou o contato com o elenco no sentido de trazer todos para o objetivo da Copa Libertadores. Entre todos do grupo, o único com reais perspectivas de saída é o zagueiro Gil.