Aproximadamente uma hora depois da sentença final ser proferida pelo juiz Gustavo Aracheski, titular do Tribunal do Júri da comarca de Joinville, o réu apareceu no cartório do Fórum para tomar conhecimento do caso que envolvia seu nome. Mesmo sem sua presença, o júri foi realizado normalmente na manhã desta terça-feira (23), e resultou na sua condenação a oito anos e oito meses de reclusão, em regime fechado, pelo crime de homicídio privilegiado qualificado, praticado em julho de 2007 no bairro Jardim Paraíso. Ele terá prazo de cinco dias para recorrer da sentença.
O réu, que não fora encontrado em todos os seus endereços, desconhecia seu próprio julgamento. Porém, um edital de intimação havia sido publicado conforme a lei. Ele soube do júri através de uma reportagem feita por um programa televisivo de Joinville, na hora do almoço. Assim que tomou conhecimento de seu julgamento, foi ao Fórum para se inteirar sobre detalhes do seu julgamento. Segundo o juiz Gustavo Aracheski, entre 2007 e 2013 o réu não havia sido encontrado para responder ao processo. Somente em 2013 é que a ação teve continuidade com as audiências de instrução do réu e também de 10 testemunhas.
O homicídio aconteceu durante uma festa de aniversário e de noivado na residência do próprio réu, atualmente com 37 anos. Ao flagrar seu amigo em cima de sua noiva, que se recuperava do consumo excessivo de bebida alcoólica, o réu foi tirar satisfação. Naquele momento, a mulher estava com algumas partes íntimas à mostra.
Diante do flagrante, o réu e a vítima começaram uma briga corporal. Nesse instante, o réu pegou uma machadinha que estava próxima e deu vários golpes na cabeça da vítima, que era seu vizinho. Não satisfeito com o fato da vítima ainda estar viva, o réu pegou uma arma que estava com seu irmão e atirou contra ela, que morreu no local. Com a ajuda de seu irmão, o réu arrastou o corpo da vítima para fora da residência, numa tentativa de ocultá-lo, porém ambos foram surpreendidos pela mulher e filhos da vítima, que apareceram no local.
Nesse momento os dois acusados fugiram e aproveitaram para jogar os instrumentos utilizados no crime em uma vala próxima da residência. Posteriormente, a polícia encontrou somente o machado. A arma de fogo nunca foi localizada. Os dois irmãos só foram se entregar à polícia três dias depois do crime.
Esse crime foi motivado por ciúmes do réu pela sua namorada, que estava desacordada por embriaguez num dos cômodos da casa. A vítima tinha 40 anos de idade. Durante o confronto, o réu dificultou a defesa da vítima, pois o homem estava visivelmente embriagado e, portanto, sem os reflexos necessários para qualquer tentativa de conservação de sua integridade corporal.