Depois de anos de pesquisa sobre grandiosa e borbulhante inteligência ao feminino, cujo ápice foi minha recente defesa de tese de doutorado, concordo tranquilamente com a Dra. Marcela Lagarde quando pontua que não se deve julgar nem acusar os homens por serem a causa direta dos males femininos e nem tampouco de maneira exclusiva de mantê-las servis. Segundo a autora são as próprias mulheres que se obrigam a reproduzir as condições e as identidades genéricas no mundo e esse mandato funciona tão bem que mesmo quando está só, cada mulher é vigia de si mesma porque não sabe ser de outro modo, não se atreve a sê-lo.
Lutar contra os homens é pois um retrocesso, uma perda de tempo. Somos grandes e capazes de construir-nos. Basta-nos conscientizar e incrementar a funcionalidade da nossa inteligência, auxiliar todas as mulheres e meninas a desenvolver a criatividade pessoal de modo superior, conquistando assim, com naturalidade, a almejada evolução histórica, econômica e social.
Publica-se hoje uma constante de desgraças, sofrimentos, antagonismos, rebeliões, as quais apontam que fomos e seremos de qualquer modo ludibriadas, logo, perdedoras. E assim, entramos no jogo da vida de modo infantil, impulsionadas por uma carga erótico-agressiva, cujo resultado é a frustração geral.
Certamente podem acontecer momentos de perigo, de crise e nessas situações ocorre permanecer na intuição da própria inteligência, fazendo um corte com a realidade externa, pois em tais ocasiões precisamos somente de nós mesmas.
A beleza e o poder são o resultado da arte de cultivar a própria inteligência!
Um Belo, Feliz e Sereno Ano Próspero!
*Alice Schuch, escritora, palestrante, doutora e pesquisadora do universo feminino