Há 50, 60 anos atrás as famílias, na sua maioria, eram compostas de pai, mãe e 10, 15, 18 filhos. As famílias precisavam de casas grandes, consequentemente lotes grandes. Hoje isso mudou e as cidades precisam ficar antenadas nestas mudanças.
Responsável pela urbanização, desenvolvimento e ampliação de bairros, os loteamentos, na minha opinião, requerem mais atenção na sua elaboração. Por exemplo, hoje as famílias são compostas com no máximo um ou dois filhos, há também um número expressivo de casais sem filhos, bem como de pessoas que optaram em morar sozinhas, sem falar no envelhecimento da população em nível bem significativo, onde segundo a ONU a tendência de crescimento na população com mais de 60 anos vai triplicar nos próximos 40 anos.
Estou escrevendo isso, para que possamos refletir sobre a nossa cidade. Continuamos ainda hoje a aprovar loteamentos com tamanhos de lotes e ruas com o mesmo parâmetro de 60 anos atrás.
Será que com a diminuição do tamanho das famílias e essas mesmas famílias não necessitarem mais de casas grandes, ao invés de aprovarmos loteamentos com lotes de no mínimo 360 m2 não podemos aprovar lotes de mínimo 200 m2, onde esta diminuição nos tamanhos dos lotes poderiam ser revertidos não em aumento no número de lotes, mas sim no alargamento das ruas com a inclusão de ciclovias melhorando assim a mobilidade urbana, aumento de áreas verdes e recreativas para além da socialização das famílias, diminuir a impermeabilização excessiva causadora também de alagamentos em loteamentos?
Acredito que temos que rever as prioridades em nossa cidade, focando na qualidade de vida dos cidadãos, principalmente das futuras gerações.
John Kennedy Lara da Costa é contador e empresário em Biguaçu