De 12 em 12 horas – portanto duas vezes ao dia – uma mulher é vítima de violência doméstica em Santa Catarina. Nos primeiros cinco meses deste ano, aliás, foram registrados 27 homicídios que vitimaram mulheres por conta de questões de gênero. Preocupado com esse quadro e em sintonia com o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal de Justiça arregimentou apoios entre outras instituições e entidades catarinenses para realizar a segunda etapa da campanha Justiça pela Paz em Casa, que promoverá uma série de eventos entre os dias 2 e 7 de agosto, na Capital. A informação é da assessoria.
A desembargadora Salete Sommariva, coordenadora estadual de Execução Penal e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Cepevid), está no comando dos trabalhos. Ela considera fundamental levar à população informações relevantes sobre o tema, capazes de gerar reflexão e, mais que isso, atitudes. Neste ponto, aliás, nunca é demais lembrar que o Estado possui, entre as 100 cidades brasileiras mais violentas contra o sexo feminino, cinco representantes: Lages, Mafra, Criciúma, Balneário Camboriú e Chapecó.
As ações da campanha são abrangentes. Há previsão de que uma comissão, integrada por representantes do TJ e das demais entidades parceiras, entre em campo com faixas e camisetas alusivas à campanha no jogo do próximo dia 2 de agosto, entre o Figueirense e Ponte Preta, no estádio Orlando Scarpelli. A ação deverá ocorrer no intervalo da partida e será apresentada pelo sistema de som do estádio. Já no dia 3 de agosto, haverá solenidade de abertura oficial da etapa, com palestras e atividades culturais no auditório do Pleno do TJ.
Além de diversas outras iniciativas marcadas ao longo da semana, o encerramento da campanha acontecerá em evento público no Largo da Catedral, das 9 às 18 horas do dia 7 de agosto. Por outro lado, a desembargadora Salete realiza também tratativas e promove interação com outros poderes e instituições em busca de melhores condições de atendimento às mulheres vítimas de violência em Santa Catarina. Ela acredita que ainda neste ano será possível implantar a Casa da Mulher Brasileira na Capital.
Financiado com recursos federais, o equipamento agrupa em única sede diversos serviços de apoio e atendimento ao público feminino em situação de risco. Somente três Estados já possuem uma unidade da Casa da Mulher. Existem também projetos para promoção na área educacional do Estado, como a inclusão de matéria sobre os direitos das mulheres na grade curricular das primeiras séries no Estado e a realização de concurso direcionado a estudantes sobre a violência doméstica e familiar.
Por fim, a desembargadora e sua equipe da Cepevid promovem ainda um levantamento estadual, através de reuniões em comarcas polos, para identificar a estrutura das unidades jurisdicionais especializadas no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher em Santa Catarina. O objetivo é promover um diagnóstico para encaminhamento ao CNJ.