O Ministério Público Federal afirma que ‘ingressos e saídas’ de valores do Instituto Lula e da LILS Palestras, ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são alvos da Operação Aletheia. Os investigadores informaram que no instituto, as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato foram responsáveis pelo ingresso de R$ 20,7 milhões de um total de R$ 35 milhões contabilizados. Na LILS, foram R$ 10 milhões.
Segundo a Procuradoria da República, foram realizados “pagamentos vultosos” de empreiteiras envolvidas no esquema Petrobras em favor da entidade e da empresa de palestras. A “saída de recursos”, afirma a força-tarefa da Operação Lava Jato, beneficiou pessoas vinculadas ao PT e parentes próximos ao petista.
“Investigam-se pagamentos vultosos feitos por construtoras beneficiadas no esquema Petrobras em favor do Instituto Lula e da LILS Palestras, em razão de suspeitas levantadas pelos ingressos e saídas dos valores”, afirma a Procuradoria.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, a maior parte do dinheiro que entrou no Instituto Lula e na LILS Palestras, entre 2011 a 2014, saiu de empresas do esquema Petrobras: Camargo Correa, OAS, Odebrecht, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e UTC.
“Quanto às saídas de recursos, além de beneficiarem pessoas vinculadas ao Partido dos Trabalhadores, cumprindo recordar que o esquema da Petrobras era partidário, elas beneficiaram parentes próximos do ex-presidente, por meio de pagamentos a empresas de que são sócios”, afirmam os procuradores da República da Lava Jato.
Operação Aletheia
O ponto central da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, é o patrimônio supostamente oculto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A força-tarefa da Procuradoria da República revela que o petista, ainda no exercício da Presidência, em 2010, adquiriu dois sítios no município de Atibaia, interior de São Paulo, “mediante interpostas pessoas”, pelo valor de R$ 1.539.200.
Os investigadores apontam “fortes indícios” de que, entre 2010 e 2014, Lula recebeu pelo menos R$ 770 mil “sem justificativa econômica lícita” do pecuarista e amigo dele José Carlos Bumlai –preso desde 24 de novembro na Operação Passe Livre, desdobramento crucial da Lava Jato que apontou para o suposto envolvimento do ex-presidente no esquema de corrupção instalado na Petrobras. Parte de valores sob suspeita teria sido repassada a Lula pela Odebrecht e pela OAS, empreiteiras que teriam sido beneficiadas no esquema Petrobras.