O advogado Adriano Zanotto, de 49 anos, candidato pelo grupo de oposição a presidente da seccional catarinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SC), aduz que a instituição deixou de levantar e defender as principais pautas da sociedade. Na avaliação dele, a Ordem deixou de liderar os debates em um momento importante por qual passa o país.
“Está faltando o protagonismo institucional. Nos últimos três anos, a OAB simplesmente silenciou, não lidera mais movimento nenhum. O Conselho Federal se calou e pautou a ação covarde das seccionais. E nesse momento de indignação nacional com os fatos de corrupção que estão em evidência, a sociedade se pergunta, onde está a OAB?”, indagou, em entrevista ao Biguá News.
Zanotto lembrou que nos momentos decisivos do país no âmbito político, a OAB sempre esteve presente, como no impeachment do ex-presidente Fernando Collor, na liderança do combate à corrupção e no movimento por eleições limpas. “Esse envolvimento da OAB é de sua natureza, sua obrigação, está previsto no estatuto que a instituição deve defender o estado democrático de direito, a justiça social, os direitos humanos, então, tudo isso é obrigação primeira da OAB”.
O candidato também questionou a atual gestão da OAB/SC, que na visão dele falta com transparência na administração de um orçamento de cerca de R$ 25 milhões por ano. “Os balancetes de 2014 só foram apresentados em setembro deste ano, depois de muita insistência dos advogados. Isso porque queriam esconder um déficit de R$ 5 milhões do ano passado nas contas da OAB”, afirmou.
Adriano já comandou a OAB por dois mandatos consecutivos, entre 2001 e 2006, sendo, naquela ocasião, o advogado mais jovem (com 34 anos) a ser eleito presidente da seccional. A eleição será no dia 16 de novembro e cerca de 25 mil advogados em Santa Catarina estão aptos a votar. Adriano Zanotto vai concorrer contra o candidato da situação, Paulo Marcondes Brincas.