O Ministério Público Federal (MPF) suspeita que proprietários de apartamentos do residencial Solaris, no Guarujá (SP), empreendimento investigado na 22ª fase da Lava Jato, a Operação Triplo X, deflagrada hoje (27), usaram nome de terceiros para ocultar patrimônio. Os investigadores chegaram à conclusão após receberem as matrículas dos imóveis registradas no cartório da cidade.
Os procuradores decidiram aprofundar as investigações sobre 12 unidades. Nove estão registradas em nome da empreiteira OAS, entre eles três triplex e um duplex. Há imóveis registrados em nome de Freud Godoy, ex-assessor da Presidência da República, e de Sueli Falsoni Cavalcante, apontada pelo MPF como funcionária da OAS. Outro triplex foi registrado pela empresa off shore Murray Holdings, sediada em Las Vegas, nos Estados Unidos.
O condomínio Solaris começou a ser construído pela Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), presidida entre 2005 e 2010 pelo ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, preso em abril do ano passado. O empreendimento foi repassado para a empreiteira OAS em 2009, em função de uma crise financeira da cooperativa. Para os investigadores, há indícios de que as aquisições dos imóveis ocorreram por meio de repasse de propina entre os envolvidos nos desvios de recursos da Petrobras, entre eles a OAS.
Os presos nesta fase da operação foram encaminhados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O juiz federal Sérgio Moro emitiu 15 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão temporária em São Paulo, Santo André, São Bernardo do Campo e Joaçaba, Santa Catarina.
A Agência Brasil entrou em contato com a OAS e aguarda retorno.