O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva depõe, nesta quarta-feira à tarde, a partir das 14h, perante o juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, no âmbito das investigações da Operação Lava Jato. No processo, ele é acusado de receber propina da empreiteira OAS por meio das reformas de um apartamento triplex no Guarujá, litoral de São Paulo, e de um sítio em Atibaia, no interior paulista. A defesa de Lula nega que ele seja dono dos imóveis.
Ontem (9), a defesa do ex-presidente recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para pedir o adiamento do interrogatório. Porém, os recursos foram negados por volta das 13h de hoje (10).
A capital paranaense vive um clima de expectativa e recebeu, nos últimos dias, manifestantes pró e contra o ex-presidente vindos de todo país. Para hoje, estão previstos atos pela cidade.
O grupo que apoia Lula se concentra na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio da Universidade Federal do Paraná. Para chegar lá, os organizadores providenciaram ônibus para levar os manifestantes que estão no “acampamento pela democracia”, montado ao lado da rodoferroviária. De acordo com a organização, 5 mil pessoas estão acampadas.
Segundo o grupo a favor do ex-presidente, após o interrogatório, ele deve ir ao acampamento conversar com os manifestantes.
Por determinação da Justiça, cercas começaram a ser colocadas entre os trilhos de trem e o acampamento, que é organizado por movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), e centrais sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Ontem (9) a 1ª Vara Federal de Curitiba concedeu reintegração de posse de parte do terreno usado pelos manifestantes pró-Lula. O pedido foi feito pela empresa concessionária Rumo, responsável pelo local. E, para garantir a segurança dos manifestantes, a Justiça determinou a colocação de cercas, já que o local é usado para manobra de trens.
O grupo contra Lula também se mobiliza. Manifestantes vindos de vários estados se encontraram no Museu Oscar Niemeyer. A organização do movimento destaca que o ato será pacífico e serve para demonstrar que o ex-presidente não é bem-vindo à capital.
Com bandeiras do Brasil e o chamado Pixuleco – um boneco inflável que representa Lula vestido de presidiário – os manifestantes prometem acompanhar todo o depoimento e mostrar apoio ao que chamam de coragem do juiz federal Sérgio Moro.